Cabelo das ìndias

11:09 Edit This 0 Comments »
Lido rápido o título acima, pode parecer que o texto a seguir tem a ver com Caminho das Índias, a novela. Nananinanão. Vamos deixar Juliana Paes e Márcio Garcia pra lá.

As índias do título são índias mesmo, aquelas de pele morena, que amam a natureza, dançam, cantam, andam seminuas e têm cabelos negros e lisos de causar inveja a muitas mortais (claro que não estão incluídas nesse grupo mortais como Ivete Sangalo e Cléo Pires).

A novela que vou narrar é protagonizada por Alice, amiga de sempre que, como 10 entre 10 adolescentes, resolveu ficar com o cabelo liso.

- Ser lisa tá na moda! - ela disse.

- E só por isso você vai gastar uma fortuna numa escova? Tanta coisa melhor pra gastar dinheiro…

- tentei argumentar.

- Malu, não é qualquer escova.

É escova tailandesa.

- Não é japonesa?

Fala sério, Malu! Como você é desatualizada! A japonesa já era, já foi! Depois dela vieram a chinesa, a marroquina, a cubana e a vietnamita. Agora a “tai” chegou pra ficar. E ela nem se compara com a de chocolate, a de morango com champanhe, a de gelatina diet e a de argila tibetana com cebola roxa.

- O quê? Existem todos esses tipos de escova? Tô bege.

- Malu, as outras são passado, a “tai” é a última novidade em matéria de alisamento espetacular e natural. Eu vou parecer uma índia no casamento da minha prima.

- Por que você não faz uma escova comum?

- Porque essa dura três meses, fortalece o cabelo, dá brilho, alimenta o couro cabeludo, massageia os folículos dos fios, regenera as partes danificadas e intensifica a cor. É praticamente um spa capilar.

- Não é possível, Alice. Quando a esmola é muita o santo desconfia… Olha lá…

- A sobrinha da cunhada da namorada do vizinho do acupunturista da minha mãe fez e amou. E, além disso, são só sete horas no salão, passa rapidinho.

“Rapidinho” não era exatamente a palavra, mas eu não tinha como tirar essa obsessão lisa da cabeça da minha amiga.

Chegou o dia e ela fez a tal escova. Alisou o cabelo. Quebrou o cabelo. Queimou o cabelo. Enfraqueceu o cabelo. Caiu cabelo. E, pior, o cabelo ficou liso só um dia, no dia seguinte ela parecia um porco-espinho eletrocutado, com a cabeleira toda frisada, uma coisa, assim, como dizer… pavorosa.

Fiquei triste com o episódio, mas acho que Alice aprendeu uma coisa boa com ele: a gente tem que ser feliz do jeito que a gente é. Pode ser cafona e clichê, mas é a mais pura verdade. Palmas para os cabelos ondulados! Viva os cachos! Que venham os crespos!

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